segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Esperas

Quando penso em esperas, sempre penso em bancos. 
Mas sempre em dois bancos. 
Assim como quando penso em solidão, 
sempre penso em bancos. 
Num banco.
Assim, as minhas esperas são sempre a dois. 
A minha solidão, às vezes não foi a um. 
Mas poucas. 
E já não me lembro. Agora, não.
Agora, quando penso em bancos, 
penso em dois bancos. 
Sempre. E espero. 
Tornei-me numa impaciente 
que gosta de esperar. 
Se alguém vir alguma contradição nisto 
eu posso explicar. 
O meu problema está em saber 
explicar o que sinto. Enquanto espero.
Ah, o tempo. 
Só por acaso o tempo está cinzento. 
Quando espero o tempo nunca está. 
Nunca dou pelo tempo, 
desde que aprendi a esperar.

Isabel Faria

Um comentário:

  1. Acredito que o novo é isso. E pode ser bom, sempre tem o lado bom em tudo na vida. Vejamos pelo lado bom, sempre... Belo poema mereceu meu destaque!!

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